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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Corpo feminino: artefato cultural?


      A sexualidade feminina, entendendo esta como um conjunto de princípios que refletem no corpo propriamente físico e no gênero, relação do ser no meio social, envolve relações sociais, pensamentos, desejos, crenças, atitudes, valores e práticas sob os moldes, até certo ponto, patriarcais. E o sexo, entendendo este como a relação sexual, no tocante à educação das meninas, teve a Igreja como ponto crucial de apoio às famílias, adotando uma postura de tabu, medo e pecado.
    Desde a Idade Média, nas sociedades ocidentais, a prática da confissão ganhou enorme importância, sendo a mulher, sua maior vítima. Nesse sentido, o sexo era destinado à procriação e a frigidez, a norma. O prazer feminino não cabia às mulheres de família. 
    A década de 1970 refletia uma inquietação sociocultural que vinha acontecendo, década após década, em especial nos anos 60. A mulher passou a buscar mais espaço na sociedade, a controlar o número de filhos através dos contraceptivos e, portanto, a começar a ser dona do seu próprio corpo.      
     No entanto, a partir dos anos 80, esse propósito contestatório, através de uma explosão de sexo e desejo, é tragado pelo mercado masculino, sobretudo através da mídia. Constitui, nesse sentido, que a mulher tem alcançado uma maior inserção no meio socioeconômico atuando em várias áreas, não perdendo, na grande maioria das vezes, seu exímio posto de “rainha do lar” e os holofotes da eterna exigência da beleza corporal constituídos por uma sociedade que, ao mesmo tempo, critica e enaltece. Assim, além de dona do seu corpo, a mulher precisaria enaltecer ainda mais sua autenticidade na sua voz e no seu querer.

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