Translate

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Arte é vida!









Lucas Tenório



Um garoto e um sonho

          Lucas Tenório que, em 2014, cursou o 8º ano, revela um desejo pela arte. Segundo o mesmo, o prazer em desenhar lhe ocorreu desde menino e sua família, orgulhosa de sua habilidade, deu-lhe um imenso apoio. Ele diz que sua curiosidade é aguçada ao observar algum desenho que lhe chame a atenção e, seguindo risco a risco, vai traçando o mesmo formato do original. No futuro, pretende seguir uma profissão que lhe traga o prazer da arte de criar. E, falando nisso, ele confecciona o artesanato "Filtro dos sonhos". Você quer saber a lenda desse Filtro? Veja:

O Filtro dos Sonhos é um amuleto indígena, que consiste em um aro construído com uma vara de salgueiro-chorão, ao qual são atrelados e pendurados vários fios, formando uma sorte de teia de aranha, propositalmente irregular em sua forma, segurando algumas poucas penas e/ou outros pequenos objetos de significância pessoal especial. O Filtro dos Sonhos, também pode ter outros nomes como apanhadores de sonhos, caçadores de sonhos ou espanta pesadelos (em inglês dreamcatcher).

A Lenda

Conta uma velha lenda dos nativos norte-americanos, que um velho índio ao fazer uma busca da visão no topo de uma montanha, lhe apareceu IKTOMI, a aranha, e comunicou-se em linguagem sagrada. A Aranha pegou um aro de cipó e começou a tecer uma teia com cabelo de cavalo e as oferendas recebidas.

No Xamanismo

Evoca-se a essência espiritual da aranha para compreender melhor a "teia da vida", para evocar a criatividade e a imaginação. Inspira a visão e o poder para trazer nossos sonhos até a realidade. Para se obter independência e coragem, para rompermos com armadilhas que criamos, sejam emocionais ou espirituais. Para rompermos a teia da ilusão, construirmos novos sonhos, para sonharmos mais, para tecermos nossa própria vida.

Representa, o círculo da vida. As rodas, ou círculos, representam a totalidade. O círculo é o símbolo do Sol, do Céu e da Eternidade. No simbolismo ancestral o círculo é o símbolo do espaço infinito, sem começo e sem fim. Qualquer que seja a representação simbólica em qualquer era e em qualquer cultura, um círculo de poder, serve como um espelho, onde podemos ver o reflexo do universo e o grande tudo, que contém a totalidade, trabalhando para o entendimento dos mistérios da vida, do cosmos, e das leis naturais. A teia e a pena

Os fios da teia, que são ligados ao círculo, podem ser tecidos em 7 pontos (7 profecias) 8 pontos (8 pernas da aranha = oito direções sagradas ), 13 pontos (13 Luas), variando de acordo com cada tradição e intenção. Pode ser colocada uma pena no centro, simbolizando a respiração, o elemento ar, e em alguns são colocados uma pedra/cristal. Tudo o que é colocado possui um significado. O Centro da Teia
Corresponde ao Grande Mistério, o Criador, a Força que abrange o Universo inteiro.

Coloque seu filtro de forma ritualística. Isso é o que diferencia um adorno de um instrumento de poder. Purifique antes o ambiente, o próprio filtro, e coloque sua intenção. Faça sua própria cerimônia. Peça proteção para o lar, família, pensamentos.

Créditos do texto: www.xamanismo.com.br

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

20 de janeiro, dia do padroeiro do Rio... de Janeiro: São Sebastião.



Catedral São Sebastião do Rio de Janeiro, conhecida como Catedral Metropolitana do RJ

Um espaço para 20.000 pessoas em pé

São Sebastião do Rio de Janeiro

       Fala-se que, em 1555, franceses desejavam fundar uma colônia na cidade que hoje chamamos de Rio de Janeiro.  Diz a lenda, que durante uma batalha para expulsar os franceses, São Sebastião havia sido visto com uma espada no meio dos portugueses, lutando contra os franceses. Vencida a batalha, Estácio de Sá havia deixado o lugar, para maior segurança, bem povoado e fiscalizado. Tal determinação ocorreu numa reunião firmada com seu Conselho de Guerra, em 20 de janeiro. Nasce aí a cidade de São Sebastião, em homenagem a D. Sebastião, rei de Portugal e ao santo, padroeiro da missão. E o nome Rio de Janeiro? Segundo relatos, foi dado por um equívoco: um navegador português por nome de André Gonçalves ficou de fazer um reconhecimento da terra. Vendo o Pão de Açúcar, em 1º de janeiro de 1502, teve a impressão de que aquilo era uma foz de um rio. Daí o nome Rio de Janeiro. E o nome carioca? Bem, outras expedições chegaram ao local e construíram casas de pedras por nome de cari-oca que, segundo a língua tupi-guarani, significa "casa de branco". E o que São Sebastião foi fazer no meio dessa guerra? Já não bastam as flechas que esse coitado levou? Acontece que ele optou em seguir a carreira militar, igualzinho a seu pai. Na época, o exército era comandado por Maximiano que, por sua vez, perseguia os cristãos. Ao saber que Sebastião era um deles, mandou amarrá-lo e atirar flechas em seu corpo para que sangrasse até morrer, servindo de lição para os outros que traíssem sua confiança. E quem disse que ele morreu? Olha só a mulher mais uma vez fazendo a história: Irene, uma devota cristã, juntamente com alguns amigos, acolheram Sebastião e ajudaram na sua cura. Mas ele não se deu por vencido! Vocês acreditam que ele ousou procurar o Maximiano e pedir pra ele não perseguir os cristãos?!!! Pense numa criatura de coragem! Se fosse eu, acho que até hoje eu teria me escondido de Canhotinho pra lá. Continuando... O coitado foi condenado a ser açoitado até morrer e seu corpo lançado num poço. Se ele morreu? E tu achas que ele tem 07 vidas? E... Chega de pergunta!
       A cidade do Rio de Janeiro, neste dia 20, comemorará o dia do seu padroeiro com missa, procissão, encenação teatral e afins. 
          FELIZ SÃO SEBASTIÃO... DO RIO DE JANEIRO!
      

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Casa Museu Graciliano Ramos: paredes e histórias

       Graciliano Ramos nasceu em 27 de outubro de 1892, em Quebrangulo/Al. Filho de Sebastião Ramos e Maria Amélia e primogênito dos dezesseis filhos do casal. Conheceu as seca nordestina e as surras que levava do pai. Em seu livro Infância, assim se referia a seus pais: "Um homem sério, de testa larga (...), dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza (...), olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura".
         Graciliano escreveu romances, contos, traduções, crônicas, memórias... Algumas das obras foram televisionadas. Dentre suas obras, uma das que mais se destaca é Vidas Secas.
       A família mudou-se para Buíque, em PE, por lá permanecendo até 1899. Em 1905 mudou-se para Maceió, onde realizou seus estudos. Intensificou-se no jornalismo, no Rio de Janeiro e logo retornou a Palmeira dos Índios em decorrência da morte de três de seus irmãos por conta da peste bubônica. Tornou-se comerciante, continuou a carreira de jornalista e ingressou na política, sendo prefeito da cidade por dois anos. 

Família: 
Família em Viçosa


Casa da família em Palmeira









Um breve histórico 

Aos 23 anos se casa com Maria Augusta (21). Teve quatro filhos: Márcio, Júnior, Múcio e Maria Augusta. Sua esposa morre aos 26 anos, por complicações no parto.
Maria Augusta

Casa de Graciliano

Na janela em frente, possivelmente o quarto onde o último parto de Maria Augusta ocorreu

 Aos 35 anos, Graciliano se casa com Heloísa Leite (18), com quem teve mais 04 filhos: Ricardo, Roberto, Luíza e Clara. Heloísa falece em 1999.




 
 

Heloísa e seus netos

  1932: morre seu pai, Sebastião. Já em 1943, falece sua mãe, D. Amélia.
 
                                                     
Graciliano falece em 1953, vítima de câncer.









 CAUSOS
 

 Há quem diga que nosso Mestre Graça se afogou na bebida para superar a perda de sua amada Maria Augusta. E que Heloísa, sua segunda esposa, teria sentido muitos ciúmes das cartas que Graciliano havia escrito pra Maria Augusta ainda solteiro, mas que as guardava.
Segundo relato, a Casa Museu Graciliano recebeu a visita de uma estimada senhora que, não por acaso, era sensitiva. Ao visitar o então atual auditório, sentiu uma energia muito forte de "irmãos" que já partiram. A sensação foi tamanha que ela pediu que os funcionários fizessem oração diária por um mês. Mas, ao visitar a parte da casa em si, a sensação que ela teve foi amena, tranquila e relatou que por ali passavam alguns visitantes, inclusive o Mestre Graça. 
Um antigo "vigia" que chegou a trabalhar nesse museu, segundo comenta-se, andou passando por alguns "aperreios" noturnos. Conta-se que durante a noite ele era surpreendido com barulhos e inquietações. Sem suportar, largou o museu durante a madrugada e saiu correndo. Dizem que o vizinho, ao perceber tal correria, resolveu fechar a porta do museu que havia ficado aberta.










O que mais acontece entre essas paredes na calada da noite...?

 

Causos do Mestre Graça



Cotovelos fincados na janela, a moça bonita olha na direção da prefeitura. Seriam 11 horas da noite. Calorão por dentro e por fora naquele fim de mundo. Ela não tem sono, por isso fica ali, plantada, a rua deserta se alongando.
– Que diabo estará o prefeito fazendo até agora? – resmunga.

NA PREFEITURA

Graciliano Ramos vira de um trago o copinho de cachaça e estala a língua.
– Veja você, padre. A infeliz vem da capital, olha-me com olhos bambos, mete-me minhocas na cabeça e me deixa assim, atarantado, infeliz, cheio de desejos.
Padre Macedo prova a cachaça.
– Vocês, viúvos, são engraçados. Matam uma mulher de tanto ter filho, enterram a coitada, herdam uma penca de crianças largadas e querem logo arrumar outra.
– Ora, padre. Não fui eu que matei Maria Augusta. Fosse mais resistente. Sucumbir logo no quarto filho? Tenha paciência. É fraqueza demais.

NA JANELA

Heloísa passa o lenço molhado na testa úmida e grita para dentro:
– Creuza! Me vê um suco de caju, que não aguento este calor.
A menina chega correndo, arrastando as chinelinhas.
– Por que não se recolhe, sinhá Heloísa? Nem alma de cachorro na rua. Calor por calor, tanto faz aqui como no quarto.
Heloísa abre um leve sorriso.
– Não é do calor de fora que me queixo, Creuza. É de outro, que você ainda é muito nova para conhecer...
– Vixe! Não vem com mistério não, dona Heloísa.

NA PREFEITURA

Graciliano vira outro copinho de cachaça e estala a língua.
– Vida de padre é diferente, Macedo. Vocês se entopem de brometo, não ligam para fêmeas, assim é fácil.
– Brometo foi só no seminário, Graciliano. Padre que é padre não tem desejo. Somos de outra têmpera. Não fosse assim, nossa vida seria um inferno. Como a sua.</CS>
– Reconheço, padre. Minha vida é um inferno. Durante o dia, qualquer rabo de saia me faz saltarem os olhos. De noite, é rolar na cama horas e horas.
– É por isso, Graciliano, que sou contra o celibato. Muitos padres não conseguem se controlar. E então, o que fazem os infelizes? Acabam se enrabichando com mulher alheia. Ou com solteironas. Dizem que até com crianças.

NA JANELA

– Quantos anos você tem, Creuza? Nove? Dez?
– Já completei 13, sinhá. Sou pequena assim de família. Todos lá em casa são miúdos, até pai e mãe.
– Pois então, Creuza, qualquer dia desses você vai sentir esse calor de que estou falando. Vem lá de dentro, Creuza. Não é esse de fora não, mas esquenta até mais.
– Outro dia senti uma coisa esquisita vinda de dentro, sinhá. Mais de uma vez até. Mas não achei ruim não, sinhá. É até bem gostoso.

NA PREFEITURA

Graciliano vira mais um copinho e estala a língua. Gosta do cacoete. Sente que está levemente bêbado. Solta uma risadinha contida.
– Vidinha miserável, padre. Esta é a minha vida. Ocupando este cargo, não posso, como todo mundo, ir me saciar no Beco da Mariana. Para isso tenho de ir a Maceió. Que pensa você que faço na capital, viajando toda semana? Despachar com o secretário ou com o governador? Não, padre. Descarregar, só descarregar.
– Compreendo, Graciliano – padre Macedo está pensativo. – Então por que não se declara à moça? Você tem sete anos de viuvez. Dentro de mais alguns estará velho. Precisa de alguém para te ajudar a cuidar dos filhos. E ter outros, até.
– E acha que não pensei nisso, padre? Penso noite e dia. Mas, e a coragem?

NA JANELA

Heloísa ri e examina atentamente a negrinha.
– Nem tinha reparado, Creuza, mas você já tem peitinhos. Como é que não reparei nisso? Acho que por ser tão miúda. Mas você é bem bonitinha, Creuza.
– Que isso, sinhá Heloísa – apressa-se a dizer Creuza. – Sou bem feiosinha, isso sim. Mas lá na prefeitura, sabe? Tem um rapazinho que me olha de um jeito... que eu até fico sem jeito.
– Ah, sua safadinha. Então você está melhor do que eu.
Creuza solta uma risada aguda.
– Melhor, eu? Ah, sinhá, melhor nada. Desculpe se falo nisso, mas todo mundo na cidade já reparou e vive comentando da senhora com o prefeito.

NA PREFEITURA

– Não seja por isso, Graciliano – padre Macedo dá mais uma bicadinha na cachaça. – Deixa por minha conta. Se quiser, amanhã mesmo falo com a moça e vou a Maceió conversar com os pais dela. Só depende de você.
– É uma boa ideia, padre. Mas será difícil. Viúvo, prefeito na roça, uma penca de filhotes miúdos, futuro nenhum. Será que ela aceita?
– Deixa comigo. Você não será prefeito a vida toda. E está desperdiçado aqui. Com sua cultura e os textos que escreve, voltará para o Rio de Janeiro, mais dia, menos dia. É só maneirar a língua. Metido em nossa política chinfrim, pode acabar preso. E, casado de novo, deixará Heloísa cheia de filhos alheios e viúva de marido vivo.


( texto de Sebastião Nunes. Site:  http://www.otempo.com.br)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

2015: uma viagem no tempo e nas inusitadas histórias!

Casa Museu Graciliano Ramos - Palmeira dos Índios / AL

          Olá, meus queridos leitores!! Bem-vindos a 2015! Sim, estamos retornando com uma série de novidades, trazendo informações diversas e deliciosos passeios pelo mundo da história e dos causos curiosos. E agora com um novo título do nosso Blog! Nossa primeira viagem terá início ainda esta semana. Viveremos um passeio pelos corredores da histórica Casa Museu Graciliano Ramos, na cidade de Palmeira dos Índios / AL. E vocês vão se deliciar com os causos ainda não contados publicamente que percorrem aquelas paredes.