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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Quer se presentear ou alguma ideia para o seu amigo secreto? Veja algumas das belas bijuterias com estilo diversificado. Ligue: (82) 9990-1864






Agora que estão formados...
 

Educação: enaltecimento e desvalorização.

          Nesta quarta, 26/11/14, vários professores do município de Palmeira dos Índios estiveram presentes na Câmara dos Deputados a fim de reivindicar a não aprovação do Projeto de Lei nº 012/2014 que diminui consideravelmente (em torno de 20,47%) o salário do professor, principalmente no Plano de Cargos e Carreiras. Segundo a sindicalista Vânia Calheiros, o Projeto  foi encaminhado a todos os municípios alagoanos através da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) e, graças a luta dos professores, não houve aprovação; apenas em Palmeira dos Índios essa via sacra ainda persiste e, segundo a sindicalista e professorado, o Administrador da cidade  incentiva a diminuição salarial.
         No recinto, conversas se entrelaçam, olhares se perguntam sobre qual seria a sensatez, o incentivo e o respeito para com a classe em, para começo, levar esse Projeto a frente. É sabido que toda e qualquer profissão carece de aprendizado, seja no mundo das letras, seja no conhecimento de mundo. E se perguntam o porquê de tamanha atitude e de tão pouco incentivo a uma profissão que enriquece, materialmente falando, a tantos e, indiscutivelmente, o conhecimento... Mas um conhecimento que incentiva, acima de tudo, o bem comum e a formação de dignos cidadãos. Se Educação é qualidade e não quantidade, os olhares incrédulos se perguntam que incentivo teriam em seguir no caminho de uma Especialização, Mestrado ou afins, se até para custear os estudos o lado financeiro se faz presente. E, nesse caminhar, segue-se uma luta lenta e desatenciosa há dias... Mas o desânimo não se faz presente nas faces desses lutadores! Eles demonstram força, garra e perseverança.

Parlamentares a favor da causa trabalhista



Sindicalista Vânia Calheiros

Assinatura dos Parlamentares a favor da causa trabalhista

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Jorge de Araújo Vieira

"Jorge Vieira: um cidadão apaixonado por Palmeira"

          Tive a oportunidade de conhecer o cidadão Jorge Vieira e, na ocasião, conversamos sobre um pouco de quase tudo que a história de Palmeira e seus casarões oferece. Pude perceber quanta riqueza histórica temos e o quanto esse ilustre cidadão tem oferecido, naquilo que lhe é possível, ao povo palmeirense. Pretendo, no decorrer dos próximos dias, levar aos meus queridos leitores e a outros que se agruparão na leitura dessas histórias, uma série de lugares, juntamente com suas histórias, causos e imagens, pertencentes à nossa cidade. Todo esse contar tem a ajuda do amigo Jorge, dos moradores ou conhecedores das históricas moradas e da ajuda de amigos queridos que também não residem na nossa Palmeira mas, nem por isso, deixam de ser apaixonados pela arte.
          Jorge Vieira, além de professor, é ator, jornalista, psicólogo, psicanalista, teólogo, filósofo e pedagogo. Nasceu em Palmeira dos Índios, aos 27 de junho de 1949. Filho de José Vieira e Maria Ferreira e pertencente a uma família de seis irmãos. Foi padre por dez anos e desistiu do sacerdócio para se entrelaçar matrimonialmente com Nildece Mattos, com quem foi casado por quinze anos, tornando-se pai de três filhos: Lurdes Maria, José Eurides e Ludmilla Maria.
          Dentre sua história de vida e apaixonado pela cultura como um todo, faz parte da fundação da Sociedade Beneficente Acácia Branca, em Palmeira; Instituto de Psicologia Clínica Maiêutica, em Maceió; membro da Sociedade alagoana de Psicanálise; membro-fundador, junto com outros colegas, da Academia Palmeirense de Letras, Ciências e Artes, na qual ocupa a cadeira Nº 14, cujo Patrono é Carlos Pontes de Almeida; é psicólogo pela Secretaria de Saúde de Palmeira dos Índios; fez parte da criação do bloco carnavalesco As Pecinhas; hoje, reunindo mais de três mil seguidores; foi diretor da Cultura, em Palmeira dos Índios. Realiza o anual encontro A Palmeirada, na qual se reúnem aqueles conterrâneos que hoje residem em outras cidades; fundador da FACUPIRA: Fundação das Culturas de Palmeira dos Índios e Região e Revista Palmeiríndia. (tem todo um acervo, mas infelizmente ainda não possui um lugar físico e permanente para expor); realizador do Projeto Canta Palmeira; em homenagem a São Jorge, costuma celebrar este dia na companhia de uma diversidade e eclética religiosidade pertencente a esta cidade. Obras publicadas: Saudade de você mesmo - O solar de um só - Alagoas e sua gente de expressão - O festim dos deuses (Ensaio) - Normal ou patológico, Freud explica? (peça teatral).
          A este cidadão, o meu muito obrigada pela colaboração que me vem prestando nesse caminhar  histórico da nossa cidade.

Resgate histórico de Palmeira dos Índios: um esboço artesanal (Parte I)

 HISTÓRIA

           Para se ter mais a fundo a história desse lugar, há que se debruçar nos antigos escritos dos arquivos guardados pelos órgãos públicos e afins. Aqui relato apenas um esboço, ainda bastante artesanal, uma vez que o objetivo principiante é mostrar alguns lugares históricos da cidade de Palmeira dos Índios. Neles, o registro da história contada e registrada pelo amigo Jorge Vieira, algumas fotos e os curiosos causos contados pelos moradores e/ou conhecidos do lugar. Afinal, é de se saber que, muitos desses antigos lugares, geralmente têm um causo aqui, outro ali. E assim eu os colocarei, não como foco principal, mas porque fazem parte do contar popular que está inserido nesse contexto.
       
         
           Começo falando do hoje chamado "Hotel Comercial", localizado no centro da cidade, frente à Praça São Pedro. Segundo o Prof. Jorge Vieira, esse estabelecimento era uma antiga casa de engenho pertencente ao Coronel Belarmino Cavalcante de Albuquerque, cuja residência fazia parte de sua fazenda por nome "União" e, no seu jardim, a capela de São Pedro, hoje Igreja São Pedro. No dia 17 de maio de 1899, o coronel realizou a doação dessa fazenda à Diocese e a então capela foi aberta ao culto público. Os escravos pertencentes à Fazenda ficavam arranchados nas proximidades da lagoa, onde hoje chamamos de açude (Praça do açude), mas muitos pernoitavam nas redondezas da casa, a fim de assegurar tranquilidade aos ilustres moradores.
          Dona Gedalva Carvalho, administradora do hotel, conta que este lugar era uma escola e depois se tornou um hotel. Mora neste lugar há mais ou menos cinquenta anos. Seu irmão, Gilberto Carvalho, teria sido o responsável pela criação dos Quilombolas em Palmeira e  sua mãe, Maria Izabel,  foi escrava e trabalhou para com os serviços da casa do coronel.

CAUSO


Dona Gedalva conta que após ter dado à luz, eis que "apareceu" um senhor na sua frente e lhe falou de uma "botija" que seria pra ela. Essa botija estaria debaixo de um pé de manga, bem no seu quintal. Nada mais do que àquele que está localizado atrás da Van. Acontece que, morrendo de medo, achou de falar o segredo para o seu sobrinho, Luíz Fernando. Este, apanhado de imensa curiosidade, chamou um colega e, de dia e às escondidas, foi arrancar a botija. Resultado: como não era para ele, só encontrou carvão e louça antiga. Ou seja: a botija "se encantou".

IMAGENS

    
Fachada
             
Entrada
Porta de saída

                        

Porta do antigo quarto do Coronel Belarmino

Quarto e, ao fundo, o quartinho que ficavam os escravos que pernoitavam na casa e davam segurança aos donos. Este quartinho tinha uma saída para o lado de fora da casa, onde está o pé de manga.

Porta-chapéus

Antigo relógio

A arte da dança.
                                                                 
Cozinha

Cozinha
Cozinha
Porta que vai para o quintal

Varanda para onde os escravos saiam e entravam quando pernoitavam no quartinho junto, ao quarto do Coronel





sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Uma crônica familiar em: "O salvador do mundo"

         

     
         Estávamos eu, meu tio Seu Zé e sua esposa Maria Helena na Serra da Boa Vista, mais precisamente, na casa de minha falecida avó Antônia. Na ocasião, "despinicávamos" feijão-verde. Conversa vai, conversa vem, escuto de Maria Helena um relato um tanto curioso: o quadro de "O salvador do mundo" que foi passado de pessoa para pessoa, todas da mesma família, atravessando décadas e décadas e que hoje o favorecido é meu tio Seu Zé que, ao morrer, já deixou claro que este quadro passará para as mãos de seu filho Ricardo, muito querido por Antônia e, por natureza, cuidadoso com as antiguidades. 



        Não se sabe ao certo quem comprou, mas a história relatada começa falando de Belarmina, mãe de minha avó. Ela possuía este quadro que, em seguida, não se sabe bem se com vida ou depois de partir (provavelmente para o "andar de cima"), transferiu-o para Sílvia (não há registro de foto), que seria  cunhada de Belarmina.





 


        Sílvia, por sua vez, entregou-o a irmã de Antônia, por nome de Creta (... que, pela sua feição nesta foto, nota-se a doçura de sua pessoa). Esta, provavelmente após sua partida (ainda não se sabe para qual "andar"), deixa certa a transferência do digníssimo e tão estimado quadro para Ana, sua irmã que, felizmente, ainda está em nosso meio carnal. 








       Ana, à direita, que passou uns dias morando na casa de sua irmã Antônia, à esquerda, levou este e outros quadros. Amparo, minha doce mãe, filha de Antônia e já casada, para deixar a casa mais bela, acha de colocar uma cortina na parede da sala onde estavam os tão sonhados quadros de "santos", inclusive ele, o adorado. 







       A própria, de blusa avermelhada (foto não atualizada), achando que todas aquelas imagens deveriam ficar nos quartos da casa, teria sugerido à sua mãe Antônia que colocasse aqueles "santinhos velhos" nos quartos. Segundo relato, essa atitude causou estrema dor, angústia, tristeza e decepção em Ana que, em desabafo a Maria Helena, teria dito, em outras palavras que, se seus santos não eram bem-vindos naquela parede , ela não era bem-vinda àquela casa. O fato gerou um desconforto muito grande, mas Ana e Amparo chegaram ao acordo e às pazes.
   
         O quadro de O salvador do mundo foi doado por Ana a Antônia, sua irmã, permanecendo nesta casa até a partida de Chico, esposo de Antônia. Quer saber pra que andar ele foi, né...? Enfim... Com isso, Antônia passa a morar em Palmeira dos Índios. Ela... e seu quadro. 

       Numa dessas longas conversas com seu estimado filho Seu Zé, à direita de sua esposa Maria Helena, deixa claro que, ao morrer, o quadro passaria a ser seu. E essa doação foi similar a quem doa a relíquia das relíquias, como, de fato, era o que todas essas mulheres detentoras dessa imagem, sentiam e vivenciavam. Antônia se vai... (para o "andar de cima") e o quadro permanece em sua casa, em Palmeira, ficando lá por dias e dias. As pessoas mais próximas a Seu Zé pediram para ele ir logo pegar sua herança (o quadro). Afinal, os cuidados deveriam ser mantidos, preservados e honrados. Seu Zé demora a ir buscar e seu irmão Zé Dule toma a providência de pegar o quadro e levá-lo, não para casa de Seu Zé, mas para a antiga casa de Antônia, na Serra da Boa Vista. Segundo ele, para proteger a casa. Os dois irmãos sabem que o privilegiado da vez é Seu Zé, mas gostam da ideia do lugar estabelecido para o quadro. Quando Seu Zé partir (provavelmente para o "andar de cima" pois, dentre outras qualidades, ele assume que nunca cometeu o pecado da mentira), este quadro passará para as mãos de seu filho Ricardo. 



       Ah...!!! Para quem este quadro será doado? Ora... Esta continuidade, se eu ainda estiver por aqui, hei de relatar. Se não, hão de contar. Para que andar Ricardo e eu vamos? Ora, ora, ora... Ele, eu não sei,  mas eu, uma candura de pessoa, tão meiga, tão frágil e tão delicada, certamente para a mais alta das galáxia.