OBS.: ESTA HISTÓRIA É BASEADA EM
FATOS REAIS E O PERSONAGENS SOB PSEUDÔNIMOS.
Na
vida a gente se depara com incontáveis histórias e, dentre elas, àquelas que
ficam amarradas na memória... De modo
que, por alguma razão, bate uma vontade imensa de relatar e (re)viver com o
nosso leitor.
Esta crônica (e o nome é bem
propício) relata a história de duas pessoas que viveram numa mesma cidade mas,
por obra da vida e do destino, cada qual procurou seu rumo. Mirtes, mulher
inteligente, elétrica, que guarda em si
uma ansiedade crônica, tem o hábito da leitura e ama culturas diferentes. Quando
abre a boca pra falar, a impressão que se tem é que, terminada a fala, ela será
conduzida ao balão de oxigênio e, caso
isso não aconteça, o balão será preparado para o ouvinte... Já ele, Teodoro,
homem de pulso forte, metido a galanteador, tem a rudeza da cidade do interior.
Guarda uma característica não muito rara e vista com certa facilidade por entre
muitos homens: com os demais, um verdadeiro lobo voraz e indomável... Na
companhia de alguma amada que lhe tomasse o coração, um coelho quase “acuado”. Homem
de pouca leitura mas, assim como Mirtes, lançou-se na cidade grande e conquistou seu espaço no
trabalho e na sociedade. Tanto Mirtes, quanto Teodoro passaram grande parte de suas vidas se
esbarrando vez por outra na cidade natal, comum aos dois. Anos e anos se passavam e, cada um, teve seus
companheiros e histórias. A vida seguia... Numa bela época, ambos estavam
sozinhos.
Não guardava
saudades, mas a alegria de se esbarrar com Teodoro estava sempre presente
quando este se encontrava por perto. Um dia, pegou-se perguntando a si mesma o
que realmente podia sentir por ele. A resposta veio pouco tempo depois. Estava
ela na casa de sua mãe na sua cidade natal encostada numa pia e lavando uma
montanha de louça. Ele chegou para uma visita. Ao invés da água esfriar o
sangue dela, o efeito foi contrário! Ele chegou, passou por trás dela,
balbuciou alguma coisa e isso a deixou mais quente que fornalha de padaria. Foi
a partir daí que ela realmente percebeu que era fato: eles estavam atraídos um
pelo outro. No entanto, a vida seguia e seus “esbarros” eram anuais.
O
fato é que, depois de algum bom tempo e de volta à cidade natal, quis o destino
que o pobre Teodoro levasse uma picada! Simmmm!!! Talvez este tenha sido o único relato onde o
“mosquito da dengue” tenha feito seu
trabalho com um belo propósito. Foi aí que Mirtes e Teodoro ficaram um na
frente do outro? Ou... quase em cima um do outro? Veremos...
Já "raspando" os 70, lá se corre para o
hospital levar aquele senhor de meia idade. Tá com peninha dele?
Logo ao chegar ao hospital, aquele homem, mesmo
beirando a quase morte, deu sinais de que ainda podia sobreviver. Prontamente
atendido por enfermeiras que disputavam a prancheta daquele santo paciente,
logo uma se inteirou do caso. É provável que ele tenha pedido uma sonda... mas
ela, lamentavelmente, garantiu àquele ser que não seria necessário por
agora.
Mirtes, ao saber que Teodoro se encontrava no
hospital, largou tudo em casa e, sem ao menos esperar o táxi, saiu correndo
feito louca rua afora. Aliás...
...Ela
corria na frente (Estou chegando!!!!!
Não vou deixar você morrerrrrr!!!! Ai, Jesus, valei-me!)
... A mãe
no meio... (implorando calma e gritando feito louca: criatura, espera!!!!! Eu
não aguento correrrrrr! Você tá doida, tá?!)
... E o táxi atrás... ( Minha senhora! Minha
senhora!!!!! Pelo amor de Deus!!)
Nada adiantou. Aquela mulher chegou ao hospital
cuspindo fogo e, por pouco, não se identificou na portaria do recinto. Chegando
à enfermaria, Teodoro acompanhado de um parente, tomou um susto quando, vindo
da porta, alguém, numa fúria de preocupação, loucura e tesão recalcado,
gritou:
CHEGUEEEIIIIIIII !!!!!
... E pulou em cima do velho que, por pouco, a cama
não saía desgovernada pelo corredor. A cena chamou a atenção do parente
presente e da mãe de Mirtes que, sem quase nada falarem, ficaram meio perplexos
a olhar aquelas horas de conversa entre Teodoro e Mirtes, como se eles já
tivessem marcado uma espécie de terapia sexual "acamal". Para que
Mirtes pudesse deixar a enfermaria, foi preciso um enfermeiro ser chamado e
retirá-la do quarto, chamando-a diversas vezes e alertando-a que o horário não
mais permitia sua presença no recinto. O fato é que, depois dessa
"terapia", Teodoro teve uma melhora significativa, ao ponto de ter
alta no dia seguinte. Olha a carinha do coitado....
Só que, dessa vez, Mirtes levou a picada e sua
personalidade crônica só piorou: um falatório
dos infernos noite a dentro, um fogo miserável que descia pelo “pau da venta”,
um “fungado” nas orelhas do
companheiro... E o jeito que teve foi Teodoro preguear o lençol no chão e pedir forças a Deus para manter a “ira camal”
e a fama de galanteador.
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