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segunda-feira, 27 de outubro de 2014














"Um povo jumento, burro...?! Onde? Do que ou de quem, afinal, vocês estão falando?"

Reeleição e ataques aos nordestinos. O Brasil tem inteligência...?!

          A reeleição de Dilma Rousseff causou uma avalanche de preconceitos e dizeres absurdos  ao nordeste como um todo. Dentre outras palavras...
          Como cidadãos como estes podem sequer pensar em melhorias, se eles próprios semeiam a desgraça à própria raça? E me refiro não apenas aos nordestinos, mas às mulheres, aos índios, aos negros, aos homossexuais, às culturas diversificadas.
          A cada voto, uma escolha. Independente do eleito ou reeleito, as críticas aparecem. A revolta por parte da grande maioria dos sulistas e de outras regiões não justifica essa avalanche preconceituosa. Não falo por ser nordestina, mas porque o respeito, a tolerância e a democracia são, dentre outras coisas, a base sólida de uma nação. O que estas pessoas ensinam para seus filhos e parentes? Eles têm educação o suficiente para proferir uma opinião simples ou complexa que seja? Como eles convivem com seus vizinhos? Falando de boca cheia e gritando feito lunáticos? Será que estes também seriam capazes de se integrarem àqueles que propagam o vandalismo? E o vandalismo seria um ato inteligente? Ora... A classe média-alta não costuma frequentar mercadinhos de bairro, nem tampouco ônibus coletivo... 
          O Nordeste, mesmo com todos os seus problemas sociais, humanos e característicos, tem gente muito boa, educada, tem uma cultura riquíssima e tem o seu direito de escolha. Não defendo aqui nenhum candidato ou partido. Se a escolha não agradou aos "nerdes" sulistas, ora... Lutem pela necessidade de serem vistos e notados! Se acham que a forma correta é o ataque com violência oral, escrita e/ou vandalismo... O resultado aparecerá. Se esta é a forma mais inteligente de serem ouvidos, eu lamento... Quase fico penalizada. Mas ainda assim, faço-lhes um convite: Venham ao nordeste! Quem sabe não conseguem absolver um pouquinho de respeito mútuo. Se cartilha e escola trouxessem verdadeira dignidade humana, já que chamam o nordestino de jumento, burro, alicerçando as palavras à falta de inteligência própria ou a falta de estudo escolar, aproveitem para tirar os corruptos do poder! Ora, muitos deles são pós-doutorados nas melhores Universidades... E vocês ainda nada fizeram?! 
          A nós todos é dado o direito de luta. Todos somos brasileiros e os cidadãos de bens querem o melhor para a Nação, não para um grupo. Nenhum candidato ou candidata teria uma votação unânime em todos os Estados. Àqueles que não gostaram do resultado, busquem democraticamente fazer valer seus direitos. Que suas vozes cheguem, a quem de direito, de forma pacífica e inteligente. Da forma que estão agindo, o Brasil ficará realmente de luto. Luto na educação, na tolerância, na dignidade, no respeito...

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

 










Numa profissão formadora de tantas outras, o que vemos diariamente dentro das salas de aula e perante os administradores públicos?!

Interdisciplinariedade: interpretar texto não depende apenas da língua materna.

          No âmbito de minha profissão como professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II, tenho, juntamente com meus colegas de profissão, investido no hábito da leitura e da escrita para com nossos alunos mas, ainda assim, tenho observado no decorrer das aulas, uma notável dificuldade nesse sentido. 
         Temos uma juventude que, através dos programas e projetos educacionais, está alicerçada de interessantes incentivos. Nesse sentido, o alunado está rodeado de um trajeto interdisciplinar diário. Daí a necessidade do hábito para leitura e escrita e, sendo assim, as aulas de Língua Portuguesa têm investido na socialização de textos de de diferentes gêneros a fim de caracterizá-los e, sobretudo, elevar o nível de interpretação do que é lido.
          Os alunos dispõem diariamente de textos didáticos, literários, da produção textual interdisciplinar e da caracterização da língua culta o que, sob a interação das outras disciplinas, vem somatizando o gosto no viajar das letras, mesmo que ainda de forma lenta. Além disso, gincanas e formações de palavras são substanciais no traçado de um texto mais amplo e de maior elaboração.
          Portanto, diante do vivenciado em sala, vemos que centrar uma melhor elaboração oral e escrita da língua materna, não está sob os alicerces apenas da mesma, mas de um contínuo construir interdisciplinar que possa focar, orientar e trabalhar diariamente e incessante para termos, assim, cidadãos formadores de opinião.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Paisagem de interior - Jessier Quirino


Um poeta que conta, canta e encanta

                                                  

     Jessier Quirino, filho de Antonio Quirino e Maria Pompéia, é paraibano. Estudou em Campina Grande e concluiu seus estudos básicos em Recife. Cursou Arquitetura em João Pessoa. É autoditada, trabalhando a prosa e a poesia. Seus trabalhos são notáveis pela crítica, contendo uma considerável variedade de histórias nordestinas que vão da poesia (humor, amor e ódio), aos causos, piadas e cantorias. O poeta não se diz um estudioso, mas um "prestador de atenção". Com seu estilo próprio, o paraibano tem mostrado com bastante humor, a esperteza e o caminhar do matuto sertanejo.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Cidade tematizada



          Viver as festividades culturais faz parte da energia nata de nossa gente. Uma cidade que reluz essas datas através da arte, é uma cidade viva. Nas festividades de fim de ano, por exemplo, as pessoas não precisariam, muitas vezes por falta de opção, adentrarem nas clausuras de suas casas para verem programas repetitivos na tv, traçarem os mesmos esboços familiares ou, quando podem, buscar diferentes opções nas cidades vizinhas.
Vejo antigos moradores da cidade de Palmeira dos Índios lançando seus olhares pela janela para observarem os enfeites vestidos por ela. Vejo a imagem do Cristo Redentor iluminado por cores que, de quando em quando, diversificam-se. A praça do açude tendo, na centralização de suas águas, uma bela árvore natalina agraciada por cores vivas e, ao seu redor, as pessoas deleitando seus ouvidos pelos cânticos natalinos trazidos pelos estudantes, pelas igrejas e pela comunidade como um todo. A energia de belos fogos que parecem sair das águas e banham o céu de esperança e vida nova. A praça das Cassuarinas sendo palco de diversificadas apresentações festivas, deixaria de ser uma nuvem de poeira e, naturalmente, as principais ruas e avenidas da cidade sendo tematizadas e trazendo o calor das boas-vindas para os aqui chegam e a homenagem aos que aqui moram. 
O povo certamente acataria essa força interior de se sentir vivo e, seja num ambiente privado ou público, cada qual, a seu modo, colocaria em prática o poder e a beleza que nossa arte e nossa cultura têm.
           
                                         

"A coisa nenhuma deveria ser dado um nome, pois há perigo de que esse nome a transforme"

Corpo feminino: artefato cultural?


      A sexualidade feminina, entendendo esta como um conjunto de princípios que refletem no corpo propriamente físico e no gênero, relação do ser no meio social, envolve relações sociais, pensamentos, desejos, crenças, atitudes, valores e práticas sob os moldes, até certo ponto, patriarcais. E o sexo, entendendo este como a relação sexual, no tocante à educação das meninas, teve a Igreja como ponto crucial de apoio às famílias, adotando uma postura de tabu, medo e pecado.
    Desde a Idade Média, nas sociedades ocidentais, a prática da confissão ganhou enorme importância, sendo a mulher, sua maior vítima. Nesse sentido, o sexo era destinado à procriação e a frigidez, a norma. O prazer feminino não cabia às mulheres de família. 
    A década de 1970 refletia uma inquietação sociocultural que vinha acontecendo, década após década, em especial nos anos 60. A mulher passou a buscar mais espaço na sociedade, a controlar o número de filhos através dos contraceptivos e, portanto, a começar a ser dona do seu próprio corpo.      
     No entanto, a partir dos anos 80, esse propósito contestatório, através de uma explosão de sexo e desejo, é tragado pelo mercado masculino, sobretudo através da mídia. Constitui, nesse sentido, que a mulher tem alcançado uma maior inserção no meio socioeconômico atuando em várias áreas, não perdendo, na grande maioria das vezes, seu exímio posto de “rainha do lar” e os holofotes da eterna exigência da beleza corporal constituídos por uma sociedade que, ao mesmo tempo, critica e enaltece. Assim, além de dona do seu corpo, a mulher precisaria enaltecer ainda mais sua autenticidade na sua voz e no seu querer.






“Algo só é impossível até que alguém duvide e resolva provar ao contrário.” – Albert Einstein

Vendo Deus de cima



Vivi o que nunca imaginei ter vivido: "voar" de avião. Meu problema de claustrofobia me desafiava e me dizia que jamais eu teria tanta audácia em estar dentro de um lugar fechado, numa altura nunca vista por mim e sabendo que não sairia dali por algumas horas. Sim, eu vivi. Eu pude procurar Deus no lugar pra onde todos olham. Engraçado... Por que os "santos" e as pessoas procuram Deus aqui em cima? E por que eles olham com cara de tristes, quase pedindo penitência? Posso lhes afirmar: aqui em cima tem vento, tem nebulosidade, tem um infinito azul e muitas nuvens. Aqui não tem nenhum aviso que Deus está aqui.
Nossa! Eu estive acima das nuvens! As mesmas que eu via quando criança ao ouvir de minha avó postiça que havia morrido alguém pois o céu estava diferente, as nuvens estavam diferentes, pareciam um tapete malhado. Mas aqui de cima não vejo nenhum morto e nenhum aviso de que alguém conhecido dela havia morrido.Eu estive acima das nuvens, de onde meu pai sempre olha para ver se vem chuva, no castigado sertão de Pernambuco. Poxa, pai! Aqui de cima o céu está limpo. E o que é océu? Será que é mesmo o lugar onde mora Deus? Mas as pessoasquando fazem amor com quem ama dizem que estão no céu. Terá um definição única para o céu? Eu tenho a minha: é imenso e azul. Posso dizer então que eu estive no céu.Estive no lugar pra onde minha avó olhava quando definhava terços. Eram tantos agradecimentos. Nossa, vó! Será que daqui de cima, se eu repassar tua voz, chegaria com mais clareza aos ouvidos de Deus? E se ele não estiver aqui em cima? Enquanto penso em tudo isso sem resposta, vou apreciando um lanche delicioso....e de graça. Como é? Você está me perguntando se foi Deus quem me deu o lanche? Não, não foi. Foi uma comissária de bordo. E que loucura! Eu pude ver de perto uma comissária de bordo. Quando adolescente, achava esta profissão tão linda. Ainda acho que tenha um certo encanto, mas não como achava. Não seria melhor procurar Deus aí embaixo? Melhor, não seria melhor procurá-lo dentro de você? Ele pode estarem todos os  lugares. Você já ouviu falar em onipresença? Pois então... Mas, espera... Eu vi Deus quando estava aí embaixo: natureza, fé, gente... em tantos lugares. E vi Deus aqui de cima: o pôr do sol. Parecia que me iluminava e me dizia: "Olha filha, você pôde 'voar' ". Pareciam os olhos de Deus me iluminando. Quanta beleza! Quanta grandeza! Eu vi o pôr do sol por cima das nuvens. Meus olhos pareciam não acreditar. Queria gritar pro meu pai que eu estava aqui em cima! Sim, como não dizer que não vi Deus aqui de cima. Como não dizer que tenho Deus aí embaixo. Não olhem pra cima. Olhem pra dentro de si. E qual foi o passaporte que me levou para esta viagem? O amor! Ele mesmo! O amor me levou literalmente para acima das nuvens. Ele me deixa no céu. E ele me levou para o céu. O amor me encorajou e  Deus me deu a proteção e a confiança que eu precisava pra “voar”!.
Sim, eu vivi.