Translate

terça-feira, 11 de outubro de 2016

"O fogo eterno"

"ESTA É UMA OBRA DE FICÇÃO. QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA"
          Num vilarejo, havia uma moça que, embora sua estatura física não fosse lá de abrir os olhos da curiosidade masculina, tal feito era compensado com "outros atributos". Vestidinho florido, andava faceira pelas ruas da cidade e, principalmente, do sítio, lugar de sua morada. Possuía um olhar triunfante, pernas bem definidas (se fosse nos tempos atuais, eu diria que malhava como ninguém. Ou... Eu diria possuir um affair pelo "pilates", graças ao seu dom natural por "alongamentos"). Rosto definido, quando olhava encantada para algum rapaz, sabia que seria difícil não atormentar o pobre moço com tantas qualidades. 
          O fato é que, depois de alguns namoros, Valentina (nome bem apropriado) se encantou por um fazendeiro, viúvo e pai de alguns filhos do seu primeiro casamento. Aliás, sua falecida tinha uma aparência angelical, mas já derrubou uma pequena construção ornamental na bala, só por ter sido contrariada por um vizinho. Enfim. Valentina e Amadeu se casaram no civil. Sim, seu nome vem da procedência de Ama - foi amado... e Deu - deu pra corno. Aquele pobre homem, embora lutasse com todas as suas forças, não conseguiu suprir o fogaréu de Valentina e o resultado foi catastrófico! Quando Amadeu não  podia descer a madeira, gemia que nem quisesse ser um Jack Sparrow (ator americano: O fantasma do caribe)... Ou, na luta por reconquistas diárias à sua deusa, um Clark Gable (ator de E o vento levou). Aliás, levou mesmo... Levou Valentina para muitos outros braços, mas nada lhe baixava o fogo penoso. 

A título de ilustração...

Jack Sparrow



Clark Gable


        




        A vida foi se estendendo e, segundo falatório (que ninguém escapa), era Amadeu gemendo de saudade numa ala da casa e Valentina gemendo com a música de Luíz Gonzaga, noutro canto (Carolina, hum hum hum). O pobre homem foi ficando velho e tirado daquela residência pelos familiares, para melhores cuidados. Vida que segue, Valentina recebe a visita de um moço bem mais jovem que lhe chegara a fim de tratar de negócios! Mal sabia ela que estava prestes a viver uma das maiores tempestuosas aventuras de amor e, para seu cruel destino, uma dor mortal. Eis que o candidato não resistiu aos encantos artifícios físicos e aprimorados de Valentina e ganhou o negócio e a dona. Viveram esse torrencial deleite por um bom tempo. Não saberia dizer se esse conseguiu segurar a moça no laço, mas o enlace carnal foi tão intenso que trouxe alguns desafetos. O rapaz, anos depois, foi embora.
          Como a vida é bem generosa e sabendo que a saia de Valentina ainda ansiava por ventos uivantes, já quase no fim da vida, viúva de Amadeu, Valentina, pela misericórdia, talvez de algum ser celestial, conheceu outro rapaz. Bem mais jovem, por sinal. Este seria, por assim dizer, a última tentativa de tentar tornar Valentina uma doce esposa, uma rainha do lar. Pois o moço conseguiu! Sim, ele teria o cardápio completo, digno de tornar Valentina uma das mulheres mais fiéis daquela região. O serviço doado por ele era tão eficaz que, para constatar o dito, o feitiço quis voltar contra o feiticeiro, mas Valentina provou que, perto da "última morada", ainda era a Valentina triunfante. Eis que uma moça tentou ter um tchaca de la butchaca com o companheiro de Valentina, mas não teria aguentado a ira daquele Hércules. Na hora do côncavo e do convexo, a moça esbrugou os olhos e pediu misericórdia, bem debaixo do pé de amora.  
          E assim, além de Valentina terminar os seus dias como uma verdadeira guerreira, ainda teve a chance de ser a guerreira para um único guerreiro e vice-versa.  Além de segurar o cabra, provou que tamanho não é documento. Salve Valentina! 

          

Um comentário:

  1. Estava relendo esses seus folhetins antigos e acabei voltando ao tempo! Parabens viu! Acabei viajando novamente! Muito intensas suas histórias! Volte a escrever moça! Tens muito talento! Abraços!

    ResponderExcluir